2 de agosto de 2011

Sofismas de Sofia.

Sofia esperava uma resposta significativa, um sinal dos céus. Não queria sentir-se abandonada, não de novo, não poderia suportar. As noites tornaram-se eras a passar arrastadas, agora não só a alma, mas o corpo se cansava, desgastava, corroía-se. Implorava (mesmo sem ajuda de palavras difíceis) por ajuda, por alguma solução imediata. Pobre Sofia! Não sabe viver sem imediatismos e acaba por afundar-se em métodos paliativos de existência insofrível. A dor e solidão aplacadas por mentiras, histórias inventadas, nas quais tudo gira em torno da Princesa Sofi - a doce e ingênua. Agora mulher, de língua afiada, insensível, solitária. Buscava na ciência, drogas que a fizessem abandonar a consciência antes que sua cabeça tocasse o travesseiro, e na religião, buscava razões para não enjeitar-se por completo. Vivia um dia de cada vez, torcendo para que aquele fosse o último, deixando os anos escorrerem, junto à tinta vermelha,  ralo abaixo.

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